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Drone: muito além de arma de guerra

Equipamento auxilia na qualidade do trabalho de vários profissionais

por Fernando Porto

Drones, equipamentos aéreos não tripulados, não são apenas armas de guerra. Hoje, eles estão contribuindo para a melhoria de qualidade do trabalho de profissionais que necessitam filmar ou fotografar de um ponto a muitos metros de altitude. O geógrafo George Longhitano começou a utilizar os serviços de mapeamento em 2005, quando fazia mestrado em geoprocessamento na Politécnica-USP. Agora, em seu trabalho de doutorado em ciências ambientais, resolveu montar seu próprio modelo para o trabalho de monitoramento ambiental.

Após testar com sucesso o equipamento, ele pretende comercializar até o fim do ano o drone para atender outros profissionais que necessitam constantemente de imagens áreas. “O equipamento vai custar menos de R$ 20 mil porque é para mapeamento aéreo. Agora, tudo depende do uso. Há desde brinquedos que fazem poucas fotos e custam R$ 2 mil até grandes e sofisticados que podem chegar a R$ 500 mil”, explica.

Quadricóptero
Segundo Longhitano, os dois modelos que ele vai comercializar são quadricóptero (45 cm) e avião (1,90 m), com a mesma faixa de preço citada. O primeiro tem autonomia de 10 minutos de voo (suficiente para monitar até 20 hectares), enquanto o avião pode filmar e fotografar durante uma hora.  Seus drones, à base de bateria recarregável, possuem dois controles – um convencional e um tablet que fornece os dados de voo em tempo real.

Longhitano lembra que, ao contrário do que a grande mídia vem divulgando, existe uma regulamentação para o uso no Brasil “mas é restritiva. E 99% dos casos de uso não fazem nem esse procedimento de autorização”. Segundo ele, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) promete até início de 2015 uma regulamentação mais completa.

 

Situação de risco social
A entidade Ramacrisna, instituição de Betim (MG) que desenvolve projetos educacionais para comunidades em situação de risco social, investiu R$ 12 mil para o serviço de um pequeno drone, que gravou o vídeo institucional da entidade. “Por meio de imagens áreas foi possível mostrar a quantidade de prédios e a grandeza do espaço que a instituição ocupa”, contou Gabriella Prado, assistente de comunicação. “Consideramos o resultado fantástico”, acrescenta.

A agência Content House, pioneira no desenvolvimento de branded content, criou recentemente um vídeo usando a tecnologia. “O drone que usamos é um hexacóptero com 60cm de diâmetro”, detalha Bruno Mizogutti, diretor de criação. Ele acrescenta que os custos estão se tornando cada vez mais viáveis para profissionais liberais. “Você consegue hoje comprar todas as peças em sites americanos ou chineses e montar em casa mesmo. No YouTube, há mais de 460 mil vídeos sobre esse assunto. E quando precisar de algo maior, que carregue câmeras grandes e com controladores independentes, aí você aluga”, conclui o publicitário.